sábado, 18 de agosto de 2012
POEMA EM TARDE DE SOL - SÁBADO, 18-08-2012
Leves os pés/
roçam as montanhas/
e a erva húmida estabelece a ligação/
da alma com a TERRA/
Sinto florescer energia fora de mim/
imagino-me menino/
de arco e gancheta/
correndo sem Tempo/
sem Tempo e sem medo/
entre os vinhedos e pinhais/
que já foram dos avós e dos nossos pais/
Mas agora homens sem alma
secaram as as nossas fontes doutrora
queimaram os olivais/
e o menino que fui/
já não corre com arco e gancheta/
nem joga nunca mais ao pião/
O menino que fui/
cresceu/
0lhou em volta/
e não reconheceu na terra calcinada/
a mesma terra verde doutrora/
essa terra dos seus vinhedos e pinhais/
onde aprendeu a ser feliz/
O menino que foi menino/
e cresceu/
sentou-se sósinho/
numa fonte que também secou
olhou em volta e nada viu
ergueu os olhos e viu o céu vazio/
a terra calcinada fê-lo duvidar/
se estaria vivo ou morto/
"esta não é a minha terra"/
sussurrou/
esta é a terra que o demónio semeou.
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