sexta-feira, 11 de março de 2016

MARCELO XX - OXALÁ ME ENGANE; DEUS O QUEIRA.


Será possível agradar a todos? A festança da "tomada de posse" (termo estranho) do novo Presidente da República fA dita tomada se posseoi variada. Desde o antecipadamente conhecido passeio a pé em direcção à Sala da Nossa Penitência até à enorme quantidade de pessoal que tirou um dia de folga para ir cumprimentar o Funcionário Público Número Um. Na verdade, um Ministro ou um Presidente são "servidores da Nação" embora melhor remunerados e com muitíssimo mais mordomias que um agricultor de Penalva do Castelo que começou a trabalhar a terra aos 10 anos e tem hoje 75 e uma reforma de 300 euros. Um estorvo para os Políticos estes idosos fedorentos do interior do País que já só produzem couves e nunca mais morrer.

A dita Tomada de Posse embora com laivos de simplicidade e de ecuménico espírito de tolerância e Paz Universal "foi de estadão". Guarda de Honra a cavalo fazendo-nos lembrar, em escala mínima, as paradas militares da corte austro-húngara. E, perante tantos vestidos a estrear e tantas gravatas luzidias e tantos sorrisos queirosianos pensamos: "quem conviveu toda uma vida com a fina flor da alta sociedade lisboeta que nos come a carne e rói os ossos, quem presidiu a Instituições não só de prestígio nobiliárquico como literário, quem foi íntimo desde há décadas da governação e sempre se deu bem com este Portugal da Fome em Setúbal, com este Portugal cuja aplicação de Justiça demora anos, este Português que assistiu ao vivo - como todos nós - à exploração ignóbil dos trabalhadores por patrões que "às dezenas" (só?) para comprarem carros de luxo e vivendas com piscina faliam fraudulentamente fábricas e empresas; este Português - que como todos nós assistiu desde há décadas à derrocada de um País e de um Povo que, sem corrupção seria mais feliz e próspero que o Luxemburgo (relatório da OCDE), este Português vai fazer o quê de mais enérgico, de mais politicamente moral e
eficiente? Somos um Povo, infelizmente, como dizem os nossos melhores filósofos actuais, cobardes e invejosos na Pátria-Mãe e submissos e rastejantes...lá fora, longe do lar, em terras estranhas quando a Pátria os escorraçou com um pontafé na Esperança e no Futuro. De um Presidente sisudo e queixoso do
"fraco salário" nasceu um Presidente que vai continuar a falar, a opinar e ir deixando cair os dias. Que seja feliz e a Troika não o obrigue a fechar um dia destes a Casa onde se Come Bem e Barato, (José António Sotomaior da Cunha Velho Quinto Barcelos, Licenciado pela F.L. da Universidade de Coimbra; Mestre pela F. Letras da Universidade do Porto - viúvo, idoso e honrado).