sábado, 2 de agosto de 2014
2070 - O FIM DE UMA NAÇÃO - PORTUGAL
A, INTRODUÇÃO
1. A União Europeia está para a Europa como os computadores estão para a Espécie Humana.
2. Estou a escrever sem saber "para quê", nem "porquê". Na Pré-História o Homem (ou a Mulher?) quebrava a sua solidão acendendo archotes e, tecendo no granito ou no basalto - ou no calcário os seus sonhos e os relatos da sua existência. Talvez eu também esteja a tecer os "desenhos da minha solidão" na parece branca e virtual (é assim que se chama?) desta máquina profana.
3. Eu sou português e é natural que me preocupe com o presente e o futuro deste chão e desta gente. Esta
gente é uma gente ancestralmente triste feita de misturas genéticas e de cruzamentos de povos. Fomos escravos e clientes dos Romanos e com os nossos dominadores dormimos, parimos e geramos lusitanos-romanos. Mas já milénios antes as camadas humanas de neanderthais se cruzaram inevitavelmente com os homo sapiens sapiens. Portugal, tão distante dos eixos migratórios que cruzavam o centro da Europa, tão distante das rotas dos Francos ou dos Visigodos acabou por ser um escoadouro de massas humanas em busca do sol africano e dos tesouros das cidades romanas para além da Ibéria. E as multidões bárbaras não se cansaram de fornicar as luso-romanas e pelas Espanhas e Portugal semearam novas misturas de genes. Gerados no meio dos saques e das chamas o Povo Português curvado por séculos de servidão, irmão gémeo do judeu ibérico nas obrigações e nos medos aprendeu a sobreviver calado, de olhos no chão sempre mais perto das lágrimas que duma gargalhada sadia.
4. Quando falo do POVO refiro-me aos 80% da população - aqueles que servem com a enxada, o remo ou a espada, como peões nas infantarias que eram sempre os primeiros a avançar e a morrer. Há as franjas deste povo, os 10% dos ricos, poderosos e senhores de títulos e terras com as arcas cheias dos impostos
manchados de sangue, suor e pragas rogadas no silêncio das cabanas feitas de adobe e tresandando a frio, humidade, fome e doença. Havia os restantes 10% dos lugares-tenentes da nobreza e do alto clero, gente ela também do povo mas, eles também, como séculos mais tarde os guardas ucranianos dos campos de morte do III Reich, servidores fiéis dos poderoso, convivendo sob o seu tecto, denunciando os seus irmãos mais humildes, pisando-os, escravizando-os em nome do rei, do conde, da Santa Madre Igreja.
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