quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O VOO DAS GAIVOTAS

Sentei-me / sobre o mar / a névoa dissipava-se / senti o Paasado fluir / a escorrer pelo pensamento / como um rio a deslizar / devagar / em direção ao mar / Ali perto ao alcance da Saudade / o mar e a névoa ainda são um só / vejo-os / sinto-os / a janela não me deixa voar / abro-a / na noite nupcial do meu pensamento / acorrem gaivotas deslizando no espaço sem chamamento pressentem o meu pensamento / e caminham ao meu encontro como noivas / num alvoroço de casar/ estendo os braços como se fossem também asas e elas acorrem como esposas no êxtase / de quem espera um filho / tantas amigas que já conhecem a esta janela / escotilha de Saudade / aberta para o mar / tantas amigas que não se esquecem de aparecer / sempre que emerge um novo dia / e a minha mão ainda abre a escotilha / e os nossos olhos ainda se cruzam / como irmãos ávidos de partir.

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