quinta-feira, 29 de março de 2012

A TRAIÇÃO NÃO TEM PÁTRIA, COMO O DINHEIRO.

Há uns anos atrás era figura importante na Assembleia desta República um auto apelidado de democrata, figura muito ligado aos fados de Coimbra e outras invocações académicas. Como a nossa licenciatura e a pós graduação foram construídas na Universidade de Coimbra e aí vivemos anos muito felizes - os mais felizes - primeiro, dos 4 aos 9 anos (vivendo na rua Figueira da Foz em frente à moradia dos Maias) quando a Alta, toda caiada de branco, se nos figurava um imenso presépio e anos mais tarde, inícios dos anos 70, já casado com Professora de Clássicas do Liceu Nacional Infante D. Maria (grande Casa de Ensino e Cultura!) aí nos radicamos e retomamos os estudos, Coimbra era para nós, além de um Lar muito amado, uma Cidade digna do maior respeito. Lembrá-nos, por altura de finais de 80, se a memória não nos trai, de sugerir a essa Democrática Criatura que fizesse pressão junto da Assembleia da República para que fosse concedido à Cidade de Coimbra um Estatuto especial similar a, por exemplo: Cidade da Ciência e da Cultura. Teria um mais apertado controle urbanístico, uma mais sistemática protecção aos seus monumentos, maiores investimentos na Investigação a nível de todas as Faculdades e Artes, protecção ambiental, controle de tráfego mais apertado, mais zonas verdes e lúdicas, maior incremento ao intercâmbio científico,  incentivos avultados ao Turismo, aumento do número de institutos, laboratórios, parques temáticos, apoio da Universidade aos estabelecimentos de ensino não universitários, forte aposta no Desporto Universitário e, transformar Coimbra e a sua área envolvente numa Reserva Protegida. A ideia/sonho podia até ser absurda mas a intenção era honesta e, já D. Pedro, filho de D. João I, na sua deambulação pela Europa do Norte, no século XV,  se maravilhava com a protecção régia concedida às universidades e, com a sua localização fora das cidades porque reflectia  "que as cidades não permitiam aos estudantes, dados à boémia, um estudo verdadeiramente concentrado  " (as palavras são nossas). Penso que ganhava prestígio o País por ter uma cidade praticamente "quase exclusivamente académica", como, por exemplo, a deliciosa Heidelberg, ganhava o comércio de Coimbra com, provavelmente, mais visitantes - e mais cultivados, criava-se, provavelmente, toda uma nova indústria ligada à investigação, ao fabrico de aparelhagem especializada, aumentaria o número de investigadores, de matemáticos, de estudantes, de intercâmbios, de simpósios e congressos.

 Se a Nação abre a boca de espanto pela grandeza da Fundação Gulbenkian (e com justa razão), se o Povo se orgulha da pujança e da modernidade da Fundação António Champallimaud e com justa razão, talvez o País no seu todo se sentisse mais forte e mais próximo dos grandes povos nórdicos se tivesse, portas dentro, uma "verdadeira jóia" do mais puro Saber.
Respendeu-nos o pseudo democrata (porque desconheço obra sua feita em prol dos que mais sofrem, mas, provavelmente, bem empenhado no seu auto bem-estar a longo prazo) que: "Coimbra era uma cidade como todas as outras e não havia qualquer motivo para ter um estatuto de excepão". Nós pensávamos que seria antes um "estatuto de utilidade pública".

Fico feliz ao ler as vitórias conseguidas sobre as doenças e os inventos de primeira qualidade que os investigadores das nossas diversas Faculdades e Institutos criam, com tão poucos apoios, tão pequena gratidão oficial, e, MUITO PARTICULARMENTE com o absoluto alheamento destas vitórias por parte duma Assembleia da República em que uns 80% dos deputados "entram mudos e saiem calados" e os restantes 20% (mais coisa, menos coisa) enveredaram por uma praxis doentia, esquisita e anti-social de "um dizer mal" permanente, sistemático, vicioso da Oposição a qualquer Governo. Era ontem o "bota abaixo" da Oposiçao ao Governo PS, é hoje o "bota abaixo" da Oposição tradicional mais o PS ao actual Governo e assim será porque o Povo é tacanho e futebolista convicto e os Cidadãos com maios formação cívica e um Patriotismo mais apurado já viraram as costas a esta política de Parque Mayer.

 Passar bem e bom apetite, se for deputado, ministro, secretário de estado, CEO duma destas empresas que já são conhecidas...chauffeur de político e por aí fora-

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