terça-feira, 31 de julho de 2012

A MÚSICA CLÁSSICA

Se, se, por mero acaso tivessemos sido visitados ou colonizados por Inteligências de outros planetas, de outras galáxias, ou que tendo emergido de um buraco negro se disperssassem pelo Cosmos, o rasto da sua Presença, a sua impressão digital seria indubitavelmente a existência da Música Clássica, o seu nascimento, a sua criação. Esta teria sido a sua herança deixada nos neurónios recém-nados dos primeiros hominídeos que já caminhavam na horizontal e já se comoviam com as mortes do seus companheiros de clã.

A Música Sinfónica sempre exerceu sobre nós um fantástico fascínio a ponto de, ouvindo-a desde os nossos 7-8 anos, nos alhrássemos do mundo em redor, mergulhássemos por inteiro naqueleOceano de Sons. Colávamos o cérebro - e por ordem deste - os olhos na figura gigantesca - do maestro, no aovoroço dos instrumentos de repercussão, na suavidade dos violinos, na majestade intemporam dos violoncelos e dos contra-baixos, nos sons da Natureza repetidos pelas flautas, os oboés e os clarinetes - e quando explodiam os imensos tambores, rugiam  os imponentes pratos e, ao longe. ecoavam as trompas nós desligáva-nos do solo, da presençaq humana e, como anjos o cérebro, o Espírito, a Alma - ou todos juntos - ligãvaños à torrente de sons que nascia como do Nada e Tudo invadia.

A Música é, na realidade, mais até que a Matemática, a autêntica Língua Universal.

Um Tio, cujo nome herdei levou-nos pela mão, desde criança aos grandes concertos que se realizavam no Porto - quando esta cidade era, uma autêntica Cidade de Cultura despida ainda sa mesquinhez das politicas de grupos e da sordidez do dinheiro fácil e sujo.

Recordo aqui o magistral concerto realizado no imenso Coliseu do Porto co0m a 4ª Sinfonia de Mahler, a Orquestra Sinfónica de Londres e o Coro da BBc.  Que noite de sonho, que espetáculo deslumbrante!

Mais tarde, no interior de Angola ouvámos música sinfónica em gira-discos de pequeno porte, com discos mandados vir de Luanda e muitos também emprestados e permutados,

HOJE, O PORTO É UM ESQUELETO DO PORTO DOS ANOS 50 E 60.

O Rivolí foi descarnado dos seus veludos e das suas talhas e transformado numa sala que mais se assemelha a uma sala de bingo. Quem violentou uma Casa tão distinta ainda teve a pouca vergonha de organizar uma exposição fotográfico no átrio do bar onde se via o luxo e o aprumo  que tinham tornado o Rivoli uma casa ilustre. Os antigos Assírios expunham nas muralhas das cidades conquistadas as peles dos reis que tinham mandado esfolar. Ainda há quem goste de troféus na hora da ruína.

O Coliseu continua, felizmente e graças a alguns valentes portuenses, a mesma casa imponente e sóbria mas, com tanta tonelada de euros que recebemos de "mão beijada" e que tantos sem mérito metemos guardaram como seu. Basta olhar atentamente o rosto de alguns deles/delas e detetam-se ainda, bem nítidos, os traços desse oportiunismo "de consciência tranquila" com que o Destino os tatuou.

Ouvimos esta noite a Orqustra Simon Bolivar dos Jovens Músicos Venezuelanos. Tocaram Beethoven duma forma deslumbrante com uma Violoncelista, um Primeiro Violino e um Clarinete de graqnde craqveira. A sala era deslumbrante e imensa, quase com um aspeto planetário e pensamos para nós proprios: PORQUE QUEREMOS SER TÃO MEDÍOCRES E TÃO MANHOSOS, PORQUÊ?

Ah, mas devemos ter os políticos mais bem vestidos do mundo e o melhor parque automóvel da Europa, embora metade por pagar.

Tenham uma Santa Noite.


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