O DUNDO - CONHECER O MUNDO
Nao se pode morrer/partir sem dar aos olhos e ao espírito a possibilidade de ver o mundo e o mundo é esta bola de metais, rochas, areia, florestas, oceanos e lagos, nascer e pôr do sol, o ar que aspiramos e os animais que cirandam à nossas volta, nas águas, nos céus e, nas planícies e montanhas que nos rodeiam.
A Terra é uma jangada, perdida na noite sem Tempo e é o lugar único do Universo onde uma espécie animal determinou a sua Extinçao.
Porque o Tempo urge todos nós deveríamos o Mundo onde os nossos pés assentam e as nossas maos esgravatam destruindo a Perfeiç~~ao Inicial.
E o Tempo urge.
Mas os Pobres, os Idosos perdidos nas montanhas e os Enfermos nao podem partir pelo Mundo para saciar a fome dos olhos e a sede do espírito.
Como fazer?
Dizem os Livros Sagrados das Religioes Humanas que, "Deus está em toda a parte".
Diz Deus: "Eu estou junto dos meus filhos mas nao nas Casas construidas pela m~~ao do Homem em meu nome".
Ou seja, Deus vive nos lares mais humildes e nos lares dos Crentes mais puros onde as familias oram numa só voz e comem do mesmo pao.
Também o Mundo está em toda a parte. O Mundo somos nós, o quintal das nossas casas, as ruas das nossas cidades ou vilas, ou minúsculas aldeias, é o rio que passa junto de nós ou a praia e o mar da nossa meninice.
Basta abrir os olhos e rodar o corpo e a beleza do sol está sobre a nossas cabeças e o calor da sua energia entra pela porta da nossa casa ou aquece-nos no banco do jardim público como nos aquece em Bombaim, no Negueve ou no Nordeste brasileiro.
E sentimos o vento de igual maneira, em Coimbra, em Mora ou em Buenos Aires porque o vento ciranda pela Terra inteira com mais ou menos ímpeto, mais ou menos quente ou frio mas, é sempre o ar em movimento.
O Mundo é todo um corpo e nós estamos dentro dele e vivemos dele e, onde quer que trabalhemos vivemos, estudemos, nascemos ou morremos, tudo acontece dentro da mesma casa.
Temos que aprender a saber olhar, sentir e con hecer o mundo que é um todo para além das nossas janelas e portas.
Agora sentem-se ao ar livre o saboreiem a cor das flores, a elegância da torre da vossa igreja, a alegria das crianças que correm na rua em frente, e acreditem que tudo o que é Bom é belo; tudo o que é Mau destrói o Mundo e a sua beleza. Quem é Bom merece a Beleza e os Dons da Terra-mae, quem ´Mau, Manhoso, Falso, despido de Ideais de Perfeiçao - essa espécie n~~ao pode viver junto de quem ama e respeita o Bem e o Belo.
Por isso o Tempo urge - porque a Terra, o nosso Mundo, está na posse dos Ímpios, dos que nao acreditam que o Amanha do nosso Lar Comunitário é das nossas Crianças que devem aprender a Sonhar e a Respeitar este Útero Sagrado, o Planeta Terra, o Único.
E foi no longínquo Dundo que aprendi a sentir nas maos, no rosto, nos olhos a grandeza do nosso Lar, a Beleza dos nossos rios e planícies. E o vento falava-me numa voz igual à minha voz, o o Sanjinje, o meu Mestre Quioco ensinava-me o mesmo que a minha Avó Alice a respeitar as plantas e os animais, a pisar com delicadeza a pele da Terra e a procurar no horizonte as Linhas de Força da Criaçao.
Hoje, rodados tantos e tantos anos aprendi a olhar este horizonte oposto com a mesma curiosidade e a mesma ternura e se é o mar que está na minha frente, agora, nesne momento e nao a imensidao da planície de África o Grande Corpo é o mesmo, é a mesmaTerra da minha mocidade.
E quando so corpos se dissolvem, misturam-se com a pele da Terra-Mae.
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