segunda-feira, 13 de maio de 2013

APENAS EXISTIR




Eu queria continuar a existir / não deixar de sentir / não ter esta percepção / de às vezes querer morrer / partir / / sentir como será o silêncio e a escuridão / Mas lá fora a luz acende-se / e é o mar que me estende os braços /  enquanto as asas das gaivotas  roçam a pele das janelas / gritando alegres VIVE! // Fico sem resposta concreta / para esta indefinição / Será que a solidão mais não é / que uma janela aberta / para pousarmos devagar / o olhar que andou disperso / no que realmente importa ver / um planeta inteiro ora a florir /ora a sofrer / e a Natureza ora a definhar ora a renascer / como um ser sem pai nem mãe / mas capaz de nascer sozinho / e de sozinho aprender a viver uma outra vida / não humana / sem telhados nem estradas / sem fábricas nem refinarias / capaz de viver / capaz de retornar a viver / como se fosse realmente uma flor apenas / um caule de trigo / ou um albatroz / empenhado em construir o seu ninho // Mas falta  ainda essa Mão Divina que pegue na nossa mão / e sussurre num silêncio de magia /vais conseguir dar o primeiro passo.    (2ª feira, 13-Maio-2013; 13:42)

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