terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

POLÍTICOS E MASTINS


A poucos metros de nossa casa mora uma médica (penso que é) aposentada em cujo jardim se passeava um poderoso "rotweiller", pesadão, de olhar turvo...

Sempre que passávamos junto ao gradeamento ele olhava para nós, rosnava surdo e acompanhava os nossos passos até desaparecermos do seu campo de visão. Um dia, chateado com a desconfiança "fiscal" do animal resolvi embrulhar umas grossas cascas de queijo e, quando calhou passar junto ao gradeamento assobiei, vindo das traseiras apareceu o mini hipopótamo a filar-nos com os tais olhosde "carneiro mal morto".

Mexi e remexi no bolso e falando baixo prometi-lhe que lhe ia dar uma "papinha muito boa" e, ia mexendo no bolso. Ele começou a olhar em direcção ao casaco já com uns 10 anos, e eu, disfarçadamente, por entre as grades enviei-lhe duas ou três fatias de queijo.

Daí para a frente era vê-lo com o toco a abanar e com o ar mais deleitoso deste mundo, uns olhos inocentes e risonhos e sempre à minha espera. Vía-me ao longe e já todo ele era nervosismo e...amizade!

Alguns políticos, muitos políticos são exactamente assim. Olhos cravados nos bolsos alheios, nervosismo interior na expetativa do que irá surgir da cavidade da fazenda e, quando as "cascas de queijo são gordas, macias e frescas" os olhos tornan-se meigos, as falas mansas e todos eles são umas santas almas.

Apesar de tudo o mastim ainda é fiel ao dono,

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