segunda-feira, 25 de julho de 2011

É quase meia noite...

        É quase meia noite.
Os dias ultrapassam-nos numa velocidade estonteante.
Os mais velhos sentem o "terreno do tempo" fugir-lhes debaixo dos pés.
Objectivamente os Mais Velhos já não sabem para onde ir, e por onde.
Recordámos vagamente a cabeça da Esposa amada encostada ao nosso rosto e o calor bom da sua pele e do aroma do seu cabelo, como a brisa dos pinhais nas noites de verão.
E pensamos que, neste tempo que nos resta, "nunca mais uma Esposa igual encostará o seu rosto ao nosso e, nunca mais alguem nos dirá com a ternura sincera do outrora: amo-te".

É quase meia noite. Este dia já foi engolido.
Um dia de vida a menos.
Õutro virá e - como um trapezista sem rede - , nós giramos como "formigas tontas", sem emprego, sem ob jectivos e  sem a esperança dum "amanhá vitorioso".

O cérebro humano não foi construido para assistir ao envelhecimento do seu corpo, nem devia ter a consciência da sua progressiva e irremediável fragilidade.

Boa noite.
Sleep well!
                                                                 
                                                    (Quinto Barcelos - Mestre em História)

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