sexta-feira, 5 de julho de 2013

A IDADE QUÂNTICA I.


O que será preciso para a Humanidade ser ter Felicidade e Equilíbrio perguntou num tom tranquilo Simão a Tiago enquanto ambos repousavam encostados um a uma macieira e outro a uma nespereira.

Tiago reflectiu um pouco e respondeu com a serenidade da aragem do fim de tarde de verão: que seja honesto e ame todas as criaturas que não sejam perigosas para o Homem.

Simão: mas a Humanidade hoje é feita de fome, lixo, crueldade, intolerância, inocentes que sofrem.

TIAGO: sim, é um paradoxo que quase nos enlouquece. O Homem Pensador criou a Física e a Matemática Quânticas, essas duas maravilhas da Inteligência Humana, essas duas disciplinas que são, ao mesmo tempo o Obstetra e o Ginecologista da Criação da Vida e do conhecimento do Universo.

SIMÃO: como é possível imaginar, desenhar, criar e lançar sondas espaciais para tornear  o sol, para se implantar em Marte, para circular à volta da Terra e fotografar a nossa casa e, ao mesmo tempo destruir um país criador dessa maravilha que é As Mil e Uma Noites ou criar "gulags" na Pátria do Pai da Guerra e Paz?

TIAGO: é duro, é triste, causa repugnância como de um lado há um planeta único repleto de maravilhas criadas não pelo Homem e o Homem, abusivamente, destruir tudo o que é belo e puro.

SIMÃO: como as grandes florestas de Bornéu, do Congo, da Amazónia, transformar os Oceanos, a Maternidade da Vida, em lixeiras, eliminar quase toda a fauna e flora das Terras Virgens e dos Oceanos, exterminar com diabólica maldade populações nativas puras e inocentes como os Ameríndios da América do Norte, das Américas Central e do Sul, como os Povos da Amazónia, e as populações da África, os Povos das Lundas, Etnias do Congo ou do Ruanda ou manter na mais miserável miséria a população do Haiti? 

TIAGO: Será que a Democracia não poderia solucionar estes problemas e colmatar estas atrocidades?

SIMÃO: e o que é hoje a Democracia? Já assististe a uma ópera, ou a uma peça de teatro onde há um ou mais cenários? A Democracia hoje não existe "de facto", não é um corpo orgânico. A Democracia é hoje uma "máscara" risonha usada por cada político, é o cenário duma ópera ou dum drama. É um lençol pintado à frente do qual cada "máscara risonha" assassina, mente, destrói, rouba, finge que reza, afaga a cabeça da criança cujo pai despediu e a mãe prostituiu.

TIAGO: então foi por isso que Winston Churchill afirmou que: "A Democracia é o melhor sistema político quando não há mais nenhum outro"?

SIMÃO: exacto meu querido amigo. Na Democracia nascem várias organizações políticas, de trabalhadores e de patrões. Em cada uma destas organizações albergam-se todos aqueles que desprezam o trabalho sério e sóbrio de ensinar, de curar, de prevenir a dor, o sofrimento, que não se dedicam com honra e competência a evitar a destruição das famílias o desemprego, a ignorância, a inveja colectiva a marginalidade e, o maior de todos os crimes: a corrupção quer descarna as nações e lhes seca a alma.

TIAGO: mas eu admiro a Democracia, essa forma sublime (pelo menos teoricamente) de dar por igual voz a todos os homens e mulheres, der dar a todas a mesma possibilidade de serem felizes e fortes.

SIMÃO: Deves estar a pensar na Democracia de Babeuf, ou dos Miseráveis, ou de S. Francisco de Assis ou, recuando no Tempo, a Igualdade entre todos os Homens pregada por Cristo, por Buda, por Gandhi, pela Irmã Teresa de Calcutá ou por Nelson Mandela hoje já tão perto do Criador.

TIAGO: Mas tempos houve em que o Homem viveu algures uma Democracia. Estudei isso na Escola Industrial.

SIMÃO: Sim, uns 5 séculos antes de Jesus, houve uma cidade marítima na Grécia que, talvez pelos múltiplos contactos comerciais com várias civilizações e culturas, talvez conhecendo a liberdade criativa dos cretenses, talvez devido a um espírito sadio fruto de um clima suave, duma alimentação frugal baseada em peixe, azeite, frutas e legumes, talvez pela presença salutar do ar puro do Mediterrâneo, talvez pelo acaso de num curto espaço de tempo terem emergido homens fabulosos em todas as áreas do Espírito, Fídias na Escultura, Euclides, Pitágoras e tantos outros na Matemática, Platão na Filosofia, Esculápio na Medicina, Tucídides no Teatro, tantos e tantos, como o Filósofo Sócrates que se deixou matar para não desobedecer às leis da sua querida Atenas. Porque, querido Tiago, o berço da Democracia, da DEMOCRACIA LÍMPIDA E PURA, milagre inigualável que ocorreu naqueles tempos e neste planeta estava na Grécia enela, na sua mais brilhante metrópole:
Atenas. Mas agora vamos dormir, que amanhã temos de acordar cedo.

TIAGO: Obrigado Simão por me teres levado ao Passado mas, um dia destes, temos que conversar sobre o Paradoxo da Miséria Humana actual e o alcance inimaginável da Ciência Quântica.

SIMÃO: concordo plenamente mas, só depois de estar solucionado o "paradoxo português Paulus versus Passus".  Tem uma boa noite!.


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