quarta-feira, 3 de julho de 2013

A BANDALHEIRA



 PRONTO, BATEMOS NO FUNDO. Quando começámos a dar aulas na cidade do Porto, início dos anos 90, costumávamos conversar com os alunos mais velhos, dos 10º e 110 anos sobre o que de mais interessante, ou importante acontecia quer no nosso País, quer fora das nossas fronteiras, acaso o ocorrido fosse fora do comum e a sua análise e discussão grupal fosse de utilidade.

Á medida que Bruxelas ia enviando remessas anuais de biliões de euros e a imprensa reportava as  "derrapagens" permanentes nas obras  obras públicas em curso, por vezes para dezenas de vezes mais do que o orçamento previsto, sempre que víamos nascer super auto-estradas, comparáveis a mega países como Canadá ou Brasil dentro deste minúsculo rectângulo, sempre que constatávamos, aterrados, a mega empreendimentos como o Euro 2004 com 14 estádios novos e nenhum recuperado, ou a Exposição Mundial, todos estes gastos gigantescos - num país onde estavam por resolver problemas do dia a dia como: Ensino de nível europeu; Cuidados de Saúde atempados, Responsabilização Criminal  da incompetência ou negligências médicas, Reforma na Justiça agilizando-a e nivelando-a pela alemã, inglesa ou espanhola, Responsabilização Criminalização severa e sem adiamentos estratégicos da Corrupção, a todos os níveis mas com maior severidade nas Corrupções Política e Financeira, etc., nós dizíamos aos nossos alunos.  ESTAMOS LIXADOS! ENTRAR NA UNIÃO EUROPEIA VAI SER A NOSSA RUÍNA.

E os alunos ficavam surpreendidos e queriam saber qual a eazão das nossa desconfiança e, do nosso MEDO. E  nós relembrávamos-lhe que, PORTUGAL SEMPRE SE ARRUINOU QUANDO ENRIQUECEU. TODAS AS RIQUEZAS FORAM PARAR A BOLSOS ALHEIOS.

a) com as especiarias do Oriente, o ouro da Mina, os artigos de luxo orientais como as sedas, o mobiliário, o marfim, africano e asiático, os escravos aos milhares; b) 200 anos mais tarde as toneladas de ouro do Brasil e os seus diamantes; c) finalmente aí estava o novo Eldorado: os biliões de euros da União Europeia. "Vamos cair no fundo" afirmávamos nas nossas aulas. E os alunos não queriam acreditar.

As especiarias e artefactos orientais chegavam ao Paço da Ribeira e eram de imediato reenviados para a Europa do Norte e os lucros. particularmente em prata alemã era distribuídos pela Burguesia nórdica e pela Nobreza e Clero nacionais. O Povo Português continuava a vestir bragal e a comer pão de bolota. O ouro e diamantes foram sugados na sua maioria pelos nossos aliados ingleses. E tão grandes eram as quantidades de moedas de ouro portuguesas a circular em Londres que, na City, as grandes transacções tanto podiam ser pagas em libras como em "dobrões" de D. João V, que era a mais valiosa moeda em ouro puro dew toda a Europa.

Finalmente e para "fechar o círculo diabólico da corrupção" aparece-nos, como que caído do céu,
as...toneladas de euros! E a Farra Portuguesa voltou a acordar e a sair à rua: casamentos da Banca com a Baixa Política; grandes Empreiteiros a contratarem grandes advogados mestres na elaboração de leis escorregadias e com portas falsas, leis adaptadas à obstrução da Justiça Honesta e moldadas ao grau de ganância e de gorrupção dos seus GRANDES CLIENTES.

É o Tempo das ALIANÇAS MALDITAS: Casamentos e alianças entre Grandes Grupos de Construtores, Banqueiros, Advogados e Políticos - que "juram cumprir com lealdade as funções para que foram incumbidos" mas que no seu íntimo estão permanentemente actividade para elaborarem esquemas de suborno, corrupção, chantagem e enriquecimento ilícito.

Cada ano que começava e acabava eu repetia a frase: AINDA NÃO BATEMOS NO FUNDO.

Hoje, finalmente, em 03 de Julho de 2013, pelas 11:41 horas, 4ª feira, 22 anos depois eu fecho finalmente a frase: FINALMENTE BATEMOS NO FUNDO!!!

Infelizmente jás nos aposentamos, logo, já não temos sala de aula para transmitir  a notícia-

Mas muitos alunos talvez hoje, neste momento preciso estejam a recordar-se do nosso augúrio.



 

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