quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

E O NORTE DE ÁFRICA AQUI TÃO PERTO


Com os conflitos do Oriente Médio actualmente em lume brando (excepto o da Síria) e como a Humanidade não foi criada para VIVER EM PAZ, abriu-se um novo conflito, este na histórica zona do Saará, no Grande Mali, esse famoso entroncamento medieval do pó de ouro trocado por sal em pesos iguais e escoado nas grandes caravanas de dromedários para o litoral mediterrâneo e, nos finais do XV, para o litoral atlântico ao encontro das caravelas da Coroa de Portugal.

Curiosamente, ou talvez não, a vaga humana de combatentes islâmicos vai crescendo num Crescente geográfico: do Afeganistão ao Paquistão, paredes meias com a Índia e do Iémene (no arco do Mar Vermelho) ao interior do Grande Deserto. Está aberta a porta para o litoral do Mediterrâneo, ou quase.

Se associarmos a grave crise da falta de água, ao aumento da área do deserto, à crónica crise alimentar, à pobreza e ao desemprego endémico nos países dessas regiões e  -  à diferença abissal entre o número de jovens asiáticos, centro e norte africanos  e a imensa quebra demográfica da Europa Ocidental então estão reunidas as condições objectivas para uma profunda alteração geoestratégica às portas do Sul da Europa, logo, de toda a Europa até aos Balcãs. E se o anel se apertar nas vizinhanças da Rússia e da China -o quadro fica completo.

Considerando que todos os povos habitam o mesmo planeta e os recursos naturais do planeta nunca deveriam ter sido transformados em mercadorias privadas (água, crude, carvão, minérios fundamentais para a vida das populações, florestas) então seria inimaginável, numa lógica de igualdade no quotidiano humano, que o "pão dos povos" - os recursos da Terra - pertencessem a privados que, os usam da forma mais pecaminosa e arbitrária.

Não tendo nada a perder, os povos condenados à pobreza e à fome só têm uma via: sobreviver, o que não é pecado.
E a sua "luz ao fundo do túnel" é onde está o pão e a água - na "casa" dos povos que foram à casa deles em busca das jazidas de gás, de crude, de minérios raros e necessários para os...telemóveis, hi-phones, satélites, indústrias militares, para alimentarem as grandes praças financeiras que hoje mais não são que seitas financeiras que ignoram o equilíbrio ecológico frágil e o Direito Natural dos Povos a guiarem o seu Destino em direcção à sua própria Felicidade. Assim profetizavam os filósofos
Iluministas do século XVIII mas cujas doutrinas e sonhos a Revolução Industrial vandalizou.

Resta-nos esperar o que nos reserva e traz o Siroco político e humano num futuro já a médio prazo.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário