25 de Abril de 2013. Comemora-se, numa espécie de "luto nacional" a chamada Revolução de Abril.
Todos sabemos que em 1972 Portugal era já uma Nação aberta ao exterior, ao contrário do que por aí de rosna. Pertencíamos ao bloco económico da EFTA, havia conversações adiantadas com o núcleo duro da C.E.E. e pertencíamos, como MEMBRO-FUNDADOR à Or4ganização do Tratado do Atlântico Norte.
Quando aconteceu o Movimento Militar e Corporativo do 25 de Abril havia militares esclarecidos que pretendiam conseguir criar para Portugal, associados a civis de reconhecido valor técnico e profissional um projecto inovador que simultaneamente desenvolvesse o grau de escolarização, de cultura e de politização do Povo comum e desenvolvesse o País tornando-o competitivo e assumidamente europeu.
Lemos com atenção a Visão de 25 de Abril de 2013, número 1051 e do artigo relativamente objectivo intitulado "Do MFA ao FMI" extraímos passagens que são, quer queiramos quer não, o espelho fiel do Portugal de hoje, o Portugal dos Monopólios e da Pobreza.
Logo no início lê-se: "Os Militares da Associação 25 de Abril voltarão a estar ausentes da sessão solene (no Parlamento) dando a entender que, enquanto Portugal discute se deve ou não rasgar o memorando da "troika", para eles o Programa do MFA já foi rasgado".
1ª conclusão: fardados ou não, os Militares são Cidadãos de total e pleno direito - enquanto se comportarem como tal. Daí a sua voz dever ser ouvida e apreciada.
Quando referem que o Programa do antigo MFA já foi rasgado, significa que, nesse Programa havia intenções válidas (no meio de outras já anacrónicas) e, essas intenções práticas úteis que nos ajudariam a progredir foram tácita e maliciosamente obliteradas, excluidas, esquecidas, diremos mesmo que, espezinhadas.
"O Objectivo do Desenvolvimento é um capítulo coxo (comenta o ex-Conselheiro da Revolução Rodrigo Sousa e Castro). A tal ponto que faz hoje parecer quase anacrónico o objectivo traçado pelos
homens de Abril: a criação duma nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em particular das classes até agora mais desfavorecidas. Tanto mais quanto essa política assentava numa "estratégia anti-monopolista". Algo correu dramaticamente ao contrário do que eles se propunham, já que Portugal surge nas estatísticas internacionais
como UM DOS PAÍSES COM MAIOR FOSSO ENTRE RICOS E POBRES. E COM TRÊS MILHÕES DE PESSOAS A VIVEREM ABAIXO DO LIMIAR DA POBREZA" (As maiúsculas são da nossa responsabilidade). - Ou seja, dizemos nós, quase 30% duma Nação inteira na miséria.
- Isto é inacreditável numa Europa Ocidental, no século XXI !!!
2ª conclusão: para lançar Portugal para este abismo vergonhoso de pobreza e mesmo até de indigência obrigando toda uma Nação a ter que ir pedir esmola para Bruxelas - então teria sido preferível não ter havido 25 de Abril. Descolonizar por intermédio das Nações Unidas que colocariam Capacetes Azuis nas ex-colónias e nós continuaríamos a estar na EFTA, na NATO, poiuco
a pouco entraríamos na CEE, mantendo o escudo e, não estaríamos hoje a passar por esta vergonha
aos olhos do mundo inteiro. Uma Nação com 1% de super ricos e uma classe política em que 80% do Povo considera corrupta e incompetente.
NÃO FOI POR ACASO QUE O SECRETÁRIO DE ESTADO QUE DEFENDIA A DESCIDA DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS, DAS TELECOMUNICAÇÕES E DA ENERGIA FOI DESPEDIDO E, AO ABRIREM-SE GARRAFAS DE CHAMPANHE EM DETERMINADOS GABINETES A FESTEJAR A SUA SAÍDA, FICAMOS A SABER QUE HÁ GESTORES-CANIBAIS QUE GANHAM MILHÕES POR ANO A TROCO DE VENDEREM A SUA DIGNIDADE COMO CIDADÃOS.
O Povo geme enquanto a Classe Política, as suas mulheres, amantes e filhos se passeiam em carros topo de gama e têm à espera empregos dourados sem ser preciso provar competência ou tarimba.
E Sousa e Castro continua:
"Hoje, os problemas são a crise económica e social, a existência de corrupção
generalizada e a falta de cidadania activa"-
3ª conclusão: aqui, Sousa e Castro engana-se na ordem da selecção dos factores, ou seja:
é a existência duma "corrupção generalizada", duma sofreguidão sem limites pelo
lucro fácil que lançou a Nação na Crise Económica e na Crise Social - porque, quando uma Nação
tem o privilégio de ter Classes Económica, Financeira e Política competentes e honradas, esses homens e mulheres "competentes e honrados" conseguem sempre dar a volta ao Destino e vencer as crises até porque, sendo respeitados por todo o Povo, este une-se, num bloco à volta daqueles que o Povo sabe serem os seus melhores defensores.
(CONTINUA)
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